Thomas Hobbes

Thomas Hobbes

 

Hobbes e o pensamento pol�tico.

 

Hobbes quis fundar a sua filosofia pol�tica sobre uma constru��o racional da sociedade, que permitisse explicar o poder absoluto dos soberanos. Mas as suas teses, publicadas ao longo dos anos, e apresentadas na sua forma definitiva no Leviat�, de 1651, n�o foram bem aceites, nem por aqueles que, com Jaime I, o primeiro rei Stuart de Inglaterra, defendiam que �o que diz respeito ao mist�rio do poder real n�o devia ser debatido�, nem pelo clero anglicano, que j� em 1606 tinha condenado aqueles que defendiam �que os homens erravam pelas florestas e nos campos at� que a experi�ncia lhes ensinou a necessidade do governo.�

A justifica��o de Hobbes para o poder absoluto � estritamente racional e friamente utilit�ria, completamente livre de qualquer tipo de religiosidade e sentimentalismo, negando implicitamente a origem divina do poder.

O que Hobbes admite � a exist�ncia do pacto social. Esta � a sua originalidade e novidade.

Hobbes n�o se contentou em rejeitar o direito divino do soberanos, fez t�bua rasa de todo o edif�cio moral e pol�tico da Idade M�dia. A soberania era em Hobbes a projec��o no plano pol�tico de um individualismo filos�fico ligado ao nominalismo, que conferia um valor absoluto � vontade individual. A conclus�o das dedu��es rigorosas do  pensador ingl�s era o gigante Leviat�, dominando sem concorr�ncia a infinidade de indiv�duos, de que tinha feito parte inicialmente, e que tinham substitu�do as suas vontades individuais � dele, para que, pagando o pre�o da sua domina��o, obtivessem uma protec��o eficaz. Indiv�duos que estavam completamente entregues a si mesmos nas suas actividades normais do dia-a-dia.

Infinidade de indiv�duos, porque n�o se encontra em Hobbes qualquer refer�ncia nem � c�lula fam�liar, nem � fam�lia alargada, nem t�o-pouco aos corpos interm�dios existentes entre o estado e o indiv�duo, velhos resqu�cios da Idade M�dia. Hobbes refere-se a estas corpora��es no Leviat�, mas para as criticar considerando-as �pequenas rep�blicas nos intestinos de uma maior, como vermes nas entranhas de um homem natural�. Os conceitos de �densidade social� e de �interioridade� da vida religiosa ou espiritual, as no��es de sociabilidade natural do homem, do seu instinto comunit�rio e solid�rio, da sua necessidade de participa��o, s�o completamente estranhos a Hobbes.

� aqui que Hobbes se aproxima de Maquiavel e do seu empirismo radical, ao partir de um m�todo de pensar rigorosamente dedutivo. A humanidade no estado puro ou natural era uma selva. A humanidade no estado social, constitu�do por sociedades civis ou pol�ticas distintas, por estados soberanos, n�o tinha que recear um regresso � selva no relacionamento entre indiv�duos, a partir do momento em que os benef�cios consentidos do poder absoluto, em princ�pio ilimitado, permitiam ao homem deixar de ser um lobo para os outros homens. Aperfei�oando a tese de Maquiavel, Hobbes defende que o poder n�o � um simples fen�meno de for�a, mas uma for�a institucionalizada canalizada para o direito (positivo), - �a raz�o em acto� de R. Polin - construindo assim a primeira teoria moderna do Estado.

Deste Estado, sua cria��o, os indiv�duos n�o esperam a felicidade mas a Paz, condi��o necess�ria � prossecu��o da felicidade. Paz que est� subordinada a um aumento consider�vel da autoridade - a do Soberano, a da lei que emana dele.

Mas, mesmo parecendo insaci�vel, esta inven��o humana com o nome de um monstro b�blico, n�o reclama o homem todo. De facto, em v�rios aspectos o absolutismo pol�tico de Hobbes aparece como uma esp�cie de liberalismo moral. Hobbes mostra-se favor�vel ao desenvolvimento, sob a autoridade amea�adora da lei positiva, das iniciativas individuais guiadas unicamente por um interesse individual bem calculado, e por um instinto racional aquisitivo.

 

1. Hobbes visto por Hannah Arendt
Abordagem ao pensamento de Hobbes no primeiro cap�tulo (V da obra), da segunda parte - �Imperialismo� - de O Sistema Totalit�rio, de 1951.
2. A Inglaterra no s�culo XVII
Cronologia hist�rica da Inglaterra durante a dinastia Stuart.
3. Thomas Hobbes
Biografia.
4. O Leviat�
Extractos da mais c�lebre obra de Hobbes.

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� Manuel Amaral 2000-2008

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